quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

UMA AMOSTRA DA GRAÇA DE DEUS E DA FÉ CRISTÃ

A passagem do oficial romano em Mateus 8:5-13 nos mostra o exemplo do que temos a nossa disposição nos dias de hoje, o chamado tempo da graça. O texto nos fala a respeito de um oficial romano que recorre a Jesus em busca da cura de um servo muito estimado que estava gravemente doente. Jesus então se propõe a ir ao encontro do jovem servo para curá-lo, no entanto, o oficial romano o impede e justifica o que porquê. Ele diz a Jesus que não se considera digno de receber Jesus em sua casa, mas que entende o poder e autoridade que está sobre a vida de Jesus.

Este texto também me chamou a atenção para outros dois textos bíblicos, o primeiro está em Romanos 4:16 que fala a respeito do trono da graça. Paulo nos orienta a nos achegar a ele com confiança afim de alcançar a graça e misericórdia de Deus e então sermos ajudados em tempo oportuno. O segundo texto está em Tiago 4:3 que nos fala a respeito do porque muitas vezes pedimos algo a Deus e não somos atendidos e isso porque pedimos muitas vezes em benefício próprio. Se analisarmos friamente este texto podemos chegar à conclusão de que até mesmo pedidos feitos a Deus que aparentemente visão o bem de outras pessoas na verdade podem ser movidos mais intensamente para benefício próprio.

Um exemplo, por que uma mãe ora pela cura de um filho viciado em drogas? Por causa do estado em que ele se encontra ou pelo que ela sente quando o vê sobre a influência das drogas? Claro que uma boa mãe irá sofrer ao ver um filho em uma situação dessas, mas o que é mais importante, que o seu filho seja liberto do vício e encontre a salvação em Jesus ou que a sua dor de mãe termine? Infelizmente muitas pessoas só encontram a Jesus depois de passar por momentos muitos difíceis, o que na verdade faz destes momentos uma benção na vida dessas pessoas e não maldição. Sendo assim, quando uma mãe pede a Deus que seu filho seja curado do vício das drogas ela não necessariamente está pedindo a Deus da maneira correta, pois, uma vez que seu filho apenas for curado do vício das drogas e isso lhe traga alguma paz não garante a ele a salvação que é o mais importante.

Aquele oficial romano certamente entendeu que Jesus é filho de Deus e Senhor, tendo então autoridade sobre os anjos e também demônios para lhes ordenar que desçam dos céus com o milagre (João 1:51) ou que vão embora libertando os oprimidos (Mateus 9:30-32), respectivamente.
Mas o que mais me intrigou foi como ele chegou a esta conclusão, como ele compreendeu tudo de uma maneira tão simples analisando a sua própria realidade!

Ele disse que, sendo ele também um oficial e senhor de seus servos entendia perfeitamente que tendo autoridade sobre eles bastava apenas que lhes ordenassem algo e, certamente eles cumpririam o que foi ordenado. Muitas coisas devem ser compreendidas, mas a maior delas é a compreensão de quem é o próprio Jesus e, só conseguimos essa compreensão se analisarmos as escrituras, entendendo que cada texto traz consigo uma lição (Romanos 10:17).



Sim! Há um milagre por trás do texto do oficial romano, mas este milagre não teria acontecido sem que antes não tivesse havido uma fé pura e simples no coração daquele oficial. Tudo foi movido por meio da fé (Mateus 8:13).

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

A GRAÇA DE DEUS

A graça de Deus nos permite alcançar, mesmo sendo pecadores, o perdão pelos nossos pecados, a comunicação direta com Deus (uma vez que o véu foi rasgado) e a salvação. A graça como muitos sabem é um favor imerecido pois, por sermos pecadores não merecemos estar na presença de Deus e tão pouco um dia ir morar com ele nos céus. Na verdade, nada merecemos, pois, fomos todos destituídos da glória de Deus.

A graça de Deus nem sempre esteve conosco. No Antigo Testamento (AT) o povo de Deus era guiado pelas leis para que pudessem se achegar a Deus, a lei era um norte para que o povo soubesse que “direção” tomar para agradar a Deus. Paulo em Gálatas 3:23-24 se refere as leis do AT como guardiã do povo de Deus até que a fé em Cristo Jesus fosse revelada a nós, pois está escrito em Romanos 10:9 que se cremos em Jesus de todo o nosso coração e confessamos com a nossa boca que Ele é o Senhor seremos salvos e em João 11:25 o próprio Jesus afirma que aquele que nEle crê ainda que morrer viverá (vida eterna).

Se no AT era necessário que fossem oferecidos sacrifícios de animais para remissão dos pecados, nos dias de hoje isso não é mais necessário pois, o sacrifício de Jesus é superior a todo e qualquer tipo de sacrifício e por meio dele os nossos pecados são perdoados e já não mais por meio de animais (bezerros, ovelhas, pombas e etc ...). Qualquer tipo de sacrifício com essa intenção é um insulto ao sacrifício de Jesus e o mesmo que negar a fé nEle.

O que podemos entender por sacrifício? Entende por sacrifício não somente a morte de animais (como algumas religiões pagas ainda praticam), mas também sacrifícios pessoais. Algumas pessoas acreditam que se permanecerem por longas horas de joelhos orando ou realizarem um longo tempo de jejum serão ouvidas e terão seus pedidos atendidos por Deus, quando na verdade o próprio Jesus nos ensinou que não é por muito falar que seremos ouvidos (Mateus 6:7).

O se achegar a Deus está muito mais ligado ao que sentimos do que ao que realizamos, mesmo que o realizar seja na obra de Deus, um exemplo disso são as pessoas citadas por Jesus no livro de Mateus em seu capitulo 7, estas se achegaram a Jesus e argumentaram com ele de que fizeram em nome de Jesus grandes obras dentre elas até mesmo milagres, no entanto, Jesus lhes dará uma ordem para quese afastem dEle porque eles não a conhecem e explica a elas o porquê “Afastem-se de mim vocês que praticam o mal.” (Mateus 7:23)

A fé tem um papel muito importante na vida do Cristão, o crer em Jesus e no seu poder levou aquelas pessoas de Mateus 7:22 a realizar grandes feitos na obra do Senhor e em nome de Jesus, no entanto, o crer não foi o suficiente no caso delas, porquê apesar de crer em Jesus elas não aprenderam a ser como Ele. Elas, talvez e muito provavelmente, pecaram em não conhecer Jesus e isso as levou a praticar o mal.

É comum encontrar hoje em dia uma religião que criaram e continuam criando doutrinas não bíblicas para “fazer com que os fiéis não pequem contra Deus” e, muitas vezes, a doutrina humana aplicada em uma determinada igreja não se aplica à outra e vice e versa. Como por exemplo: a proibição do uso de calça, maquiagem, corte ou pintura do cabelo e a depilação do corpo para mulheres; a proibição de bebidas alcoólicas; a proibição da tatuagem e etc ... Estes são assuntos muito polêmicos dentro das igrejas, assuntos que geram muitas discussões e não serão tratados neste estudo. O que quero dizer com isto é que, não importa o quanto o ser humano tente se afastar de coisas que ele acredita ser pecado se estas mudanças forem apenas aparentes. Vejam o texto abaixo:

“Vocês morreram com Cristo, e ele os libertou dos princípios espirituais deste mundo. Então por que continuar a seguias as regras deste mundo, que dizem: ’Não mexa! Não prove! Não toque!’? Essas regras não passam de ensinamentos humanos sobre coisas que se deterioram com o uso. Podem até parecer sabias, pois exigem devoção, abnegação e rigorosa disciplina física, mas em nada contribuem para vencer os desejos da natureza humana.” Colossenses 3:20-23

Nós podemos crer em Jesus e abnegar (abrir mão) as coisas deste mundo, no entanto, se os desejos do íntimo do nosso coração forem maus de nada vai adiantar no que se refere a salvação.
Como seres humanos, podemos olhar para alguém que abriu mão de tudo aquilo que ele acredita que pode o afastar de Deus, que sabe pregar muito bem, que opera milagres em nome de Jesus e, como Samuel (1 Samuel 16:6-7), nos enganar acreditando que se trata de uma pessoa de Deus, de alguém que vai herdar o reino dos céus, no entanto, Deus não vê como o homem vê, o Senhor vê além das aparências, Ele pode ver o íntimo do nosso coração e os desejos que são alimentados ou ainda permanecem lá, desejos que não ainda não conseguimos vencer ou que temos alimentado mesmo que tenhamos aberto mão de fazer muitas coisas, mas que em nada edificam o nosso íntimo.


É disto que se trata o favor imerecido, não tem a ver com o que a gente faz em termos de obra ou abnegação daquilo que é material, mas tem a ver com a bondade do Senhor. Por quê mesmo aquele que alcança o maior nível de santidade (se que é podemos chamar assim) continua sendo um pecador pois é humano e falho, nenhum de nós não merecemos o reino dos céus, mas se vencermos o mal que há em nós no nosso íntimo, nos esforçando para ter um coração (não um corpo) semelhante ao de Cristo, por que Ele é bom é que seremos salvos. Nunca e jamais porque merecemos e sim porque Ele nos ama e é infinitamente bom. Isto é a graça de Deus.